top of page
Como desenvolver a Mediunidade
Amílcar Del Chiaro Filho

   Poucos autores que escrevem sobre mediunidade têm o cuidado de advertir seus leitores que o livro que estão lendo não dispensa o estudo de O Livro dos Médiuns, o mais completo compêndio sobre mediunidade.
   A mediunidade é uma faculdade natural do homem. Já sabemos disto há muito tempo, como sabemos que ela é muito antiga. No passado, os médiuns foram chamados por diversos nomes como pitonisas, sibilas, magos, adivinhos, feiticeiros, etc, mas, sem dúvida nenhuma, foi no século XIX que ela se notabilizou e tomou foros de cidadania.
   A Doutrina Espírita foi revelada pela mediunidade e pelo gênio de Allan Kardec. Há nela uma parte divina, a da revelação, e uma parte humana, o da elaboração kardequiana e de outros pensadores espíritas. Não seria mais simples se Kardec fosse médium psicógrafo e recebesse ele mesmo as mensagens dos espíritos? Não! Não seria. Foi exatamente a independência do pensamento de Allan Kardec, com relação ao fenômeno, que permitiu que ele pudesse analisar friamente as comunicações vindas dos espíritos e adotá-las ou recusá-las. O Brasil tem produzido grandes médiuns, como Eurípedes Barsanulfo, Mirabelli, Yvonne Pereira, João Nunes Maia, Francisco Cândido Xavier, a mais perfeita antena psíquica do nosso século, e muitos outros ainda encarnados, destacando-se Divaldo Pereira Franco pelo seu trabalho assistencial e de divulgação.
   Em mais de quatro décadas de participação no movimento espírita já conhecemos muitos médiuns e muitos candidatos a médiuns que não passaram de candidatos. Conhecemos médiuns excelentes e outros improdutivos, perturbados, ou até obsedados. Já vimos pessoas se esforçarem demasiado para serem médiuns e outros que dariam tudo para não ter nenhuma mediunidade.
   Depois de a mediunidade ter sido tratada empiricamente por muito tempo, usando-se levar as pessoas perturbadas que chegavam ao Centro Espírita ao mês da caridade, para receber seu guia e desenvolver, passamos por uma fase de estudo da mediunidade, de elaboração de cursos simples ou sofisticados e muitos livros foram publicados sobre tão fascinante tema. Poucos autores que escrevem sobre mediunidade têm o cuidado de advertir os seus leitores que o livro que estão lendo não dispensa o estudo de "O Livro dos Médiuns", de Allan Kardec, o mais completo e perfeito compêndio sobre mediunidade.
   Um dia, em alguma parte, ouvimos ou lemos alguns conceitos sobre o desenvolvimento mediúnico, que reelaboramos para o nosso uso. Fomos levados a isso pelas inúmeras vezes com que nos perguntaram como desenvolver a mediunidade com segurança e aproveitamento, e respondemos que é muito fácil e até rápido.
   Para os que desejam desenvolver a psicografia, aconselhamos a começar escrevendo pequenos bilhetes de incentivo a familiares, amigos, colegas de trabalho, aproveitando a motivação de um aniversário, de uma data festiva, de um exame bem sucedido, recuperação de saúde, etc. Depois passa-se a escrever cartas mais longas para doentes crônicos, pessoas que vivem sozinhas, presidiários, e outras circunstâncias. Pouco a pouco, os bons espíritos estarão intuindo-o cada vez que for escrever. Talvez você não publique grandes livros e nem mesmo pequenas mensagens avulsas, mas será muito útil.
   Se a mediunidade a ser desenvolvida for a falante, ou psicofônica, comece falando coisas boas e bonitas. Não fale palavrões, não pragueje, não ironize. Tenha sempre palavras de harmonia, de paz, de esclarecimento. Conforte os sofredores, oriente os desorientados e a breve tempo os bons espíritos estarão ao seu lado sempre que você precisar falar. Talvez não faça grandes oratórias, mas será abençoado por todos.
   Se você aspira à vidência, preste atenção aos belíssimos paineis da natureza. Valorize o sorriso de uma criança e o andar trêmulo de uma velhinha. Veja a beleza da vida e valorize-a. Olhe o céu, as estrelas, a luz argêntea da Lua, o ouro do Sol...Se a mediunidade aspirada for a receitista, leve uma pessoa carente ao médico e pegue aquela receita assinada por um profissional e compre os remédios para o necessitado. É um bom começo. Outros modos aparecerão em breve. Porém, se você deseja impor as mão e curar, antes disto ajude alguém. Dê um banho num enfermo, faça-lhe a barba, converse com ele. Faça-lhe companhia, leia para o paciente, cante uma música, toque um instrumento, faça uma prece...
   Se você sonha em desenvolver a mediunidade de efeitos físicos, materializar espíritos, lembre-se que a melhor e mais bela e útil materialização de um espírito é através do seu nascimento na Terra. Seja pai ou mãe responsável. Ame os seus filhos e os filhos de ninguém, especialmente os filhos do calvário. Eduque-os, ilumine-os com o seu amor.
   Se você quer ser um bom doutrinador, ou dirigente de sessão, aprenda a falar do amor de Deus, do perdão, da bondade. Seja otimista e fale com otimismo. Não faça cobranças morais. Não se deixe envolver pelo desânimo. Intensifique a fé. Valorize a vida, ame o amor. Experimente! Talvez você não venha a ter nenhuma notoriedade, nem seu nome escrito em letras de forma nos jornais, mas sentirá uma satisfação íntima insubstituível.
bottom of page